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Eleno Mendonça
Eleno Mendonça

Jornalista, consultor de imagem e diretor da Eastside23 Comunicação Corporativa / elenomendonca@uol.com.br

PARA ENTENDER A ECONOMIA

O que o Banco Central viu que não nos contou?

| 18.05.18 - 21:52

São Paulo - Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reuniu. O mercado esperava por mais uma redução na taxa básica de juros, a que regula quase tudo, menos os juros que os bancos cobram da gente no cartão de crédito e nos empréstimos e as lojas nas compras a crédito. Mas a decisão final foi mantê-la em 6,50%. Já é uma taxa de juro historicamente bastante baixa e, se estivéssemos num cenário de equilíbrio fiscal e sem crise política, seria suficiente para assegurar uma retomada da economia a partir de novos investimentos. Mas o que o Banco Central viu lá na frente que o fez interromper o ritmo de queda do juro?
 
Para começar, há muita incerteza em relação aos preços do petróleo, que pressionam os preços internacionais da gasolina e seus derivados. Isso afeta diretamente a nossa inflação. Os técnicos do Banco Central não falam para não alarmar, mas já devem ter tido acesso a alguns indicadores antecedentes e visto que a inflação certamente não ficará mais tão baixa como tem sido.
 
Eles também adotam medidas assim, de frear a queda do juro, diante de cenários pouco animadores. Nesta semana tivemos acirramento da crise argentina, dólar crescente, Bolsa de Valores caindo muito. Tudo isso é sinal de quem tem investido pesado no Brasil pode estar revendo suas posições. O certo é que 10 em cada 10 economistas esperava que o juro básico caísse para 6,25%. A retração de 0,13% na economia no primeiro trimestre, como apurado pelo índice de atividade econômica (IBC-Br), ajudou na adoção da medida. Afinal de contas, a essa altura do campeonato era para a economia seguir apresentando indicadores positivos e vigorosos.
 
Numa palavra, tudo isso significa redução dos níveis de confiança. O consumidor não está confiante em gastar, os investidores em investir, ninguém está fazendo movimentos bruscos nem arriscados. Estamos em meio ao risco de uma crise internacional, com preços do petróleo oscilando, com ameaça de aumento do juro nos Estados Unidos para contar a inflação americana. Há ainda os riscos de conflitos sempre iminentes. Para piorar, estamos em ano eleitoral e, com um leque de candidatos que, vamos ser sinceros, não inspiram nada nem nas pessoas nem nas empresas, fica difícil imaginar um desempenho mais favorável para a economia.
 
Outro dado desta semana que foi muito ruim e que demonstra essa falta de confiança e segurança no governo e na economia foi o chamado índice de desalentados no campo do emprego. As pessoas que deixam de procurar porque já perderam a esperança na busca por um posto de trabalho. De um total estimado de 14 milhões de desempregados, 4,63 milhões se dizem desalentados, ou seja, mais de um terço. Isso, meus amigos, é péssimo, mostra que as pessoas estão desanimadas, desacreditadas, sem confiança ou o nome que se queira dar.
 
Vamos dizer que do ponto de vista econômico as coisas caminham de lado. Quando todos nós imaginávamos e desejávamos ver outro cenário, eis que fatores diversos, associados à instabilidade política, ajudam a empurrar tudo para um lado que qualquer pessoa razoavelmente otimista jamais desejaria.

Eleno Mendonça é jornalista, consultor de imagem e diretor da Eastside23 Comunicação Corporativa – elenomendonca@uol.com.br
 

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