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Eleno Mendonça
Eleno Mendonça

Jornalista, consultor de imagem e diretor da Eastside23 Comunicação Corporativa / elenomendonca@uol.com.br

PARA ENTENDER A ECONOMIA

Um País à beira da estrada

| 25.05.18 - 21:50

São Paulo - Quando você sai pela manhã para ir para o trabalho ou para a escola e se demora no trânsito, nem se dá conta, mas está tendo um enorme prejuízo. Muitas vezes, se optasse por sair mais cedo ou mais tarde certamente chegaria ao final do mês com um dinheiro a mais no bolso. É que os preços dos combustíveis assumiram patamares estratosféricos que beiram a insanidade que quem define os valores. Pois bem, agora imagine no dia a dia os milhares de carros que ficam no trânsito. Agora, pense de forma ainda mais eloquente e tente determinar as consequências dessa paralisação. Em apenas 4 dias, o Brasil ficou parado nas estradas. Todos os segmentos foram afetados e o mês de maio entra para a história como um dos que tiveram menos atividade produtiva.
 
Ok, mas de quem afinal é a culpa. A gente sempre tenta dizer, de forma natural, que é do governo ou dos governos. E, querem saber, de fato a responsabilidade é todinha deles. Alguém em sã consciência podia imaginar que essa forma de reajustar da Petrobras estava certa. Estava na cara que era uma grande caminhada para um abismo à frente. Até quando o povo aguentaria reajustes sobre reajustes, mudanças quase diárias de preços? Deu no que deu. Faltou ao governo federal tomar a iniciativa, se antecipar, perceber que essa forma de elevar preços era um caminho suicida. Faltou ao presidente, bem antes, chamar os governadores e a própria Petrobras e sentar, e conversar, e mostrar que o Brasil tinha comando, que não estava à deriva.
 
 Mas, infelizmente, o governo é muito mal assessorado, é movido a interesses políticos e a indicações de partidos e isso quase sempre resulta em má gestão, medidas erradas ou tardias, avaliações ruins. Se fôssemos uma empresa eu diria que sofremos de um mal crônico de má gestão. Mas, se fôssemos uma empresa certamente já teríamos contratado um bom headhunter (caçador de talentos) para dar um jeito nos rumos dessa administração.
 
Então, meus amigos, sofremos todos por falta de políticas e diretrizes corretas. Faltou ao Brasil lá atrás decidir pelo caminho dos trilhos, dos rios, em vez de nos condenarmos a eternamente andar sobre rodas. Faltou conversar com Estados que, embora quebrados, poderiam pelo menos uniformizar as alíquotas de ICMS e dar um valor mais, digamos, médio aos combustíveis em todo o País. Faltou à Petrobras deixar-se roubar menos e ter feito refinarias que estão paralisadas ou que ainda são meros rabiscos em pranchetas. Faltou ainda à Petrobras entender que estamos no Brasil, que é louvável ter preços corrigidos pela média do barril do Petróleo, o acionista agradece, mas que não temos a contrapartida da renda nem a evolução dos salários, nem os empregos para acompanhar tudo isso. A pior coisa da admin istração pública é essa falta de sensibilidade.
 
Por esses dias recebi um reajuste do plano de saúde. A empresa botou correção de 16,34%. Ora, perguntei por escrito à empresa e à ANS e sugiro que vocês façam o mesmo se estiverem na mesma situação, o que neste Brasil de meu Deus subiu nessa proporção, que mercadoria, serviço??? A resposta será quase nada, a não ser os produtos da Petrobras. Então, fica claro que chega uma hora que chegamos a um limite e dizemos chega!
 
Eu acho, claro, que o movimento dos caminhoneiros foi estimulado e encorajado pelos donos de empresas. Agora, vendo um desses motoristas autônomos na tevê dizer que numa viagem viu o preço do diesel subir 4 vezes não há quem não lhe dê razão de ligar a seta e puxar o freio de mão.
 
Tornou-se algo insuportável. E, mais, hoje foram os combustíveis, amanhã será o pãozinho, o leite, a carne, o arroz e o feijão. O Brasil trata muito mal os brasileiros e o povo está no seu limite, com os nervos à flor da pele, estressado e desanimado. Briga entre si, não vê luz no fim do túnel. A coisa vai indo até que uma hora entorna. Que esses 4 dias sirvam de lição.
 

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