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Rodrigo  Hirose
Rodrigo Hirose

Jornalista com especialização em Comunicação e Multimídia / rodrigohirose@gmail.com

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Mudança de hábitos

| 27.06.18 - 11:08
De vez em quando, algumas questões existenciais nos assolam. De onde viemos? Para onde vamos? Qual o significado da vida?
 
Sempre que vou à padaria, uma dessas me vem à mente: “Por que as pessoas colocam o saquinho de pão, feito de papel, dentro da sacolinha de plástico?”
 
Levantei essa discussão filosófica com amigos virtuais. Alguns dizem que é mais prático carregar o pão assim, pois a sacolinha de plástico tem alças. Outros disseram que o pão endurece na sacola de papel. Houve até quem explicasse que se trata da “ciência do pão”. E, é claro, a tradicional desculpa de que a sacola de plástico serve para acomodar lixo.
 
Porém, me parece pouco razoável priorizar um certo conforto diante de um estrago muito maior. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 1,5 milhão de sacolinhas de plástico são distribuídas por dia no Brasil. São 547,5 milhões por ano. No mundo inteiro, a soma pode chegar a 1 trilhão. E, para piorar, cada uma delas carrega dentro outras embalagens. É muito plástico despejado no meio ambiente e a gente já está careca de saber o que isso significa.
 
Outro objeto aparentemente inofensivo que vem sendo questionado é o canudinho de plástico. Uma coisinha tão insignificante, mas que só nos Estados Unidos significam 500 milhões de unidades descartadas por dia. Segundo alguns ativistas, estão entre os dez produtos mais encontrados nos mares. E, convenhamos, canudinho é uma coisa meio que inútil.
 
Alguns locais já baniram seu uso. Aqui em Goiânia, parece que a Câmara de vereadores começa a discutir o tema. Vi gente dizendo nas redes sociais que há coisas mais urgentes para os vereadores se preocuparem – e sempre há, é claro.
 
O fato é que uma sacolinha ou um canudinho de plástico a menos não vão salvar o mundo, mas precisamos mudar alguns comportamentos que nos parecem tão naturais quanto escovar os dentes.
 
Na padaria, o cara do caixa se surpreendia quando eu dispensava a sacolinha de plástico e saía com o saquinho de papel nas mãos. Hoje, ele apenas pergunta: “Não precisa da sacolinha, né?”, para ter certeza de que eu vou confirmar que “não, não precisa”.
 
E olha nem sou tão ecologicamente correto assim. Ainda uso café em cápsula e sacolinhas de plástico no supermercado, apesar de ter diminuído muito a quantidade (pode me atirar a primeira pedra).
 
Houve um tempo em que fumar era cool. Haverá o tempo em que sacolinha, o canudinho, a cápsula de café e tantas outras coisas serão tão inadequados quanto acender um cigarro dentro do restaurante.

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