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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
'Songs of a Lost World', do The Cure (Foto: divulgação)A banda The Cure lançou na semana passada Songs of a Lost World, seu primeiro álbum de inéditas em 16 anos. E no fim, o hiato auto imposto por Robert Smith foi por uma boa causa: com tempo indeterminado para cozinhar e amadurecer, Songs of a Lost World é facilmente o melhor álbum da banda desde Wish (1992). Isso não é pouco elogio, mas também não é pouco esforço.
O resultado é facilmente um dos álbuns mais melancólicos já escritos por Smith, mas agora com a maturidade da idade e a experiência técnica de décadas de palco, compondo um coquetel poderoso e profundo de melodias envolventes e letras introspectivas.
O álbum é puro doom and gloom, de dar vontade de tirar a meia arrastão, o rímel e o laquê do armário. É uma verdadeira dádiva gótica pós-punk que parecia ter ficado enterrada nos anos 1980, mas nada mais gótico do que estar, de repente, insepulto.
A canção que abre o disco é uma das melhores e já define toda a ambiência que a experiência auditiva propõe. Alone é pesada e melódica e te transporta automaticamente para o seu quarto de adolescente, onde quer que você esteja, mas ainda assim é muito mais madura e séria do que você está esperando.
Acaba que isso vale para todas as oito canções do disco, pedradas longas e elaboradas de mais de 6 minutos de duração cada. As outras faixas fortes são A Fragile Thing, uma música que consegue ser quase romântica se não fosse tão triste; e Endsong, que é niilista até para os padrões de Smith e que encerra o álbum com dura finalidade.
Songs of a Lost Word é um disco para ouvir assistindo o apocalipse pela janela durante um dia chuvoso, o que o torna perfeito para 2024.