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Carla Morais

Chocolate pode ser um bom aliado

| 26.03.18 - 18:13
A história atribui a descoberta do cacau ao ano de 1500 a.C., no norte da América do Sul. Entre a civilização Maia, tornou-se uma bebida muito apreciada pelos deuses. Foi utilizada como moeda entre os Astecas. Com a evolução da produção de alimentos no século XIX, passou a ser fabricado no formato de barra. Atualmente, agrega valor à indústria alimentícia, ao compor diversas formulações, em diferentes teores, sabores e combinações.
 
O cacau, além de permitir a produção do chocolate, doce tão apreciado no Brasil e no mundo, tem sido investigado por suas propriedades benéficas à saúde humana. Compostos que conferem o sabor amargo e a adstringência do cacau, como os polifenóis, a teobromina e a cafeína, também são responsáveis pelas propriedades bioativas deste fruto.
 
Estudos recentes apontam para o potencial do consumo regular de cacau em otimizar a memória, a atenção, o raciocínio e o processo visual (formação e processamento da imagem). Para tanto, o consumo diário a médio prazo (até três meses) foi testado. Indivíduos idosos apresentaram melhora mais proeminente, sobretudo para aqueles que já apresentavam déficit cognitivo. Muitos outros estudos têm apontado a relação benéfica entre o consumo frequente de chocolate e a proteção contra doenças cardiovasculares. Inclusive, alguns trabalhos mostram uma associação entre a ingestão de cacau e o controle do perfil lipídico sanguíneo. Vale lembrar, no entanto, que o papel positivo do consumo do chocolate é proporcional ao teor de cacau no produto. Ou seja, chocolate acima de 70% cacau apresenta maior conteúdo de compostos bioativosa serem disponíveis para o organismo.
 
Outra abordagem é a manipulação do conteúdo do chocolate de modo a otimizar os resultados para a saúde. Ao pensar nesta possibilidade, a Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu um chocolate funcional, adicionado de micro-organismos conhecidos como probióticos (bactérias benéficas que povoam o intestino humano). Aliada à capacidade antioxidante, a oferta de probióticos (Lactobacillusacidophilus e Bifidobacteriumanimalis) no chocolate permite o controle do ritmo intestinal, reforço ao sistema imune, redução da ocorrência de constipação, além de reduzir o risco de desenvolvimento até mesmo de câncer de colón. Outro ponto positivo é que esta formulação não contém leite, o que inclui os intolerantes à lactose ou com alergia à proteína do leite de vaca no público-alvo de consumo.
 
Algumas datas festivas movimentam o comércio de chocolate no Brasil, que é o quarto maior consumidor de chocolate do mundo, segundo a ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados). O principal período de consumo de chocolate no Brasil é a Páscoa. Essa tradição surgiu a partir da simbologia do ovo, que remete à fertilidade e ao renascimento da vida. Os povos antigos trocavam ovos de galinha colorido na Páscoa. No entanto, a ideia de acrescentar chocolate ao interior dos ovos surgiu na França e prevaleceu até os dias atuais.
 
Devemos respeitar as tradições e o hábito alimentar da população. A palavra de ordem é moderação. Uma porção do grupo de doces (110 kcal) consumida ocasionalmente é permitida pela atual Pirâmide Alimentar Brasileira. O Guia Alimentar para a População Brasileira também não proíbe o consumo deste tipo de alimentos. Entretanto, ambas as recomendações sugerem moderação ao consumo e que esteja associado à uma dieta equilibrada, rica em frutas e hortaliças. Uma dica é nunca consumir o chocolate que você receber na Páscoa de uma vez só e com muita fome. Escolha dividir em porções menores e aprecie devagar cada pedaço.



*Carla Morais é coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Estácio 

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