Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Sobre o Colunista

Joias do Centro .
Joias do Centro .

/ atendimento@aredacao.com.br

Joias do Centro

Casas do Estudante da UFG traduzem legado de inclusão e transformação social

Alunos têm moradia gratuita e apoio nos cursos | 04.07.25 - 11:40
Casas do Estudante da UFG traduzem legado de inclusão e transformação social Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - No Setor Universitário, região central de Goiânia, entre as árvores e os prédios emblemáticos da Universidade Federal de Goiás (UFG), duas construções resistem ao tempo. São as Casas do Estudante Universitário I e III — as CEUs. Mais do que moradias estudantis, esses espaços guardam décadas de história, lutas e conquistas, sendo marcos vivos do compromisso da universidade com a permanência e o acolhimento de estudantes de baixa renda.
 
A CEU I foi inaugurada em 1961, praticamente junto da fundação da UFG. Seu surgimento foi fruto direto da mobilização do movimento estudantil da época, por meio da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Estadual dos Estudantes (UEE), que lutaram para que a universidade já nascesse com um espaço destinado à moradia. E assim foi! A Casa do Estudante foi concebida e construída dentro do campus, para que os estudantes tivessem acesso facilitado à vida universitária, menos tempo de deslocamento e mais oportunidades de permanência.
 
Décadas depois, já nos anos 1990, foi construída no local a CEU III, ampliando o número de vagas e a estrutura de acolhimento. Hoje, o complexo abriga cerca de 150 estudantes que vêm de todas as regiões do interior de Goiás, de outros Estados e até de outros países, principalmente de nações africanas. 
 

CEU tem espaço de convivência para alunos (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Entre as exigências para se candidatar a uma vaga, o aluno não pode ter familiares em Goiânia ou na Região Metropolitana, e deve comprovar renda de até um salário-mínimo per capita. Todos os moradores são selecionados por edital público, com prioridade para quem está na primeira graduação e em maior vulnerabilidade socioeconômica. Mais do que o curso escolhido, pesa o contexto de vida.
 
“O que temos ali é um equipamento social que representa um dos braços mais importantes da política de assistência estudantil da universidade”, explica Maisa Miranda da Silva, assistente social e pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFG. 
 
Ela lembra que, embora a universidade faça a manutenção, o zelo e a gestão das CEUs, a autonomia dos moradores também é respeitada. “Há uma coordenação própria, os estudantes se organizam por afinidade, com foco na boa convivência. A gente prioriza o bem-estar de quem vive ali.”
 
Cada estudante recebe, além da vaga, dois benefícios: pode realizar três refeições diárias nos Restaurantes Universitários (RU) e conta com uma bolsa de R$ 500 mensais para apoio pedagógico — valor destinado à compra de materiais que auxiliem no curso. Tudo isso tem um custo alto para a instituição: manter um único morador nas CEUs custa cerca de R$ 3 mil por mês, considerando água, luz, internet, manutenção e serviços. Ainda assim, a universidade banca 100% das despesas, por entender que o investimento é essencial para garantir o acesso e, principalmente, a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade.
 

Salas de estudos e computação também estão à disposição dos moradores (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
“Já passaram por lá muitos nomes conhecidos hoje. Os atuais diretores das Faculdades de Agronomia, Medicina e Farmácia moraram na CEU. Também desembargadores, juízes, deputados... Pessoas que hoje têm trajetórias profissionais de destaque e que foram, em algum momento, apoiadas pela Casa do Estudante”, destaca Maisa.
 
A permanência nas CEUs é garantida durante todo o tempo do curso, desde que o aluno mantenha um bom desempenho acadêmico. Não há cobrança de aluguel nem exigência de contrapartida. Além das vagas físicas nas casas, a UFG oferece ainda cerca de 400 bolsas de moradia estudantil a alunos que vivem em outras regiões da cidade.
 
“Mais do que prédios antigos dentro do campus, as CEUs são símbolos da luta por um ensino superior público e acessível, espaços de transformação social e de acolhimento. Nelas, a universidade cumpre seu papel não apenas de ensinar, mas vem ajudando a construir histórias que atravessam as fronteiras do Setor Universitário para chegar à sociedade em forma de serviço público, ciência, saúde, justiça e educação”, encerra Maisa.
 

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:

Sobre o Colunista

Joias do Centro .
Joias do Centro .

/ atendimento@aredacao.com.br

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351