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Tatiana Potrich
Tatiana Potrich

Tatiana Potrich é curadora, produtora de arte, escritora e designer. Formada em Design de Moda pela UFG, possui pós-graduação em Arte Contemporânea e História do Brasil, também pela UFG, e em Filosofia da Arte pela UEG. / jornalistas@aredacao.com.br

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Democracia ou Equidade

| 06.07.25 - 08:30 Democracia ou Equidade Parede no Jardim Potrich com intervenção da crianças (foto: divulgação)

Há grandes falhas na Humanidade quando se trata de interpretação, tradução e terminologia correta para denominar fatos, legendas, rótulos e títulos, mas isso não é culpa nossa, mas de toda diversidade linguística, geográfica e eclética que existe no mundo.
 
Em dialetos indígenas, por exemplo, "meu", o pronome possessivo da primeira pessoa não existe. No alemão, o verbo ser é indefinido, quase um significado onisciente e, como diria um antigo professor: "é por isso que a filosofia alemã é tão popular". Na língua inglesa, o verbo "to be" é: ser ou estar, mas sempre vai depender do sentido da frase. 
 
Historiadores, sociólogos e antropólogos investigaram que alguns termos eram ausentes em civilizações remotas porque conflitos, alguns tipos de comida, cores, ou atitudes inexistiam naquele local. Somos uma espécie em total divisão categórica de preferências, costumes, dialetos e tradições. 
 
O lema francês: Liberdade, Igualdade e Fraternidade passou da hora de ser revisado. Não existe igualdade se somos tão diferentes uns dos outros. Se pararmos para pensar, nem a natureza consegue repetir a mesma forma, gêmeos univitelinos não são iguais.
 
O termo que definiria de maneira mais coerente e humanitária seria Equidade, mais relacionada à justiça. Em tempos de especialização em História do Brasil, na UFG, a professora Libertad Borges Bittencourt nos contou um acontecimento curioso. Seu marido, que fazia serviço social numa favela do Rio de Janeiro, tentou repetidas vezes introduzir música clássica às crianças carentes, num centro comunitário. Desiludido e desanimado, teve uma epifania quando assistiu uma apresentação da banda Olodum, em Salvador. Percebeu que para se comunicar com uma comunidade carente de qualquer refinamento musical ele precisaria falar a língua originária deles, a partitura do tambor, dos agogôs, timbau, cuíca, repiniques, chocalhos. O projeto foi um sucesso, resultando mais tarde, em adesão de alguns residentes das aulas à orquestra sinfônica.
 
No encerramento do Projeto Goianins, a atividade interativa proposta pela artista Helena Vasconcelos, as crianças pintaram suas mãos para integrar, como um registro de sua presença, a parede do Jardim Potrich provando que a igualdade não existe. 
 
Cada criança escolheu a cor de sua preferência, o lugar na parede, a altura e posição. Todas interagiram da mesma forma, no entanto, diferentes. Este é o real sentido da equidade, todas terem opções de escolhas diferentes e se manifestarem conforme sua capacidade.
 
"Democracia? É dar, a todos, o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, isso depende de cada um". 
Democracia ou Equidade que fala, Mario Quintana?

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