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Arquitetura

Festival Goiânia Art Déco discute influência do arquiteto Alfred Agache

Evento será na Cinemateca IFG | 20.08.25 - 18:21 Festival Goiânia Art Déco discute influência do arquiteto Alfred Agache (Foto: divulgação)
Jales Naves
Especial para o jornal A Redação
 
Goiânia - O estilo art déco completa 100 anos e o Goiânia Art Déco Festival lembra a data com uma programação especial, tendo à frente o Instituto Federal de Goiás, cujo Câmpus Goiânia tem em sua identidade arquitetônica a marca desse estilo, sendo inclusive esse patrimônio art déco tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Uma das palestras do evento, da arquiteta, urbanista e escritora Narcisa Abreu Cordeiro e do jornalista Herbert Moraes, nesta quinta-feira (21/8), às19h, na Cinemateca IFG, vai discutir as “Influências de Alfredo Agache no processo art déco de Goiânia”.
 
Alfred Hu­­bert Donat Agache foi um arquiteto francês, que adquiriu fama e reconhecimento por ter planejado a urbanização de cidades brasileiras como Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Curitiba nas décadas de 1940 e 1950 em um amplo projeto financiado pela ditadura de Getúlio Vargas. Formou-se em 1905 em Arquitetura na Ecole des Beaux-Arts em Paris, realizando em seguida o curso de sociologia do Collège Libre des Sciences Sociales, também na capital francesa, onde passa a ter amplo contato com as teorias sociológicas de Emile Durkhein. Agache foi também um dos arquitetos fundadores da Sociedade Francesa de Urbanistas em 1911. Com o fim do Estado Novo de Vargas, ocorrido em 1945, muito do que foi proposto por ele não foi executado. 
 
Narcisa
Maria Narcisa de Abreu Cordeiro Pires, arquiteta, urbanista, escritora, escultora e musicista, é goianiense, sobrinha-neta de João D’Abreu, um dos precursores das mudanças das capitais Goiânia e Brasília; especialista no trabalho de Attilio Corrêa Lima, atua nas muitas vertentes que convergem para o campo do saneamento/meio ambiente. Na área do urbanismo trabalhou vários anos no Instituto de Planejamento Municipal de Goiânia (Iplan) com ações relevantes na área de zoneamento urbano e coleta de dados históricos sobre a origem da capital, com a formação de um banco de dados para pesquisadores. Atuou em ações de proteção às nascentes.
 
A história do urbanismo como discurso de um campo profissional específico é configurada em Goiânia com o opúsculo “Goiânia 50 anos”, de Edgar Graeff (relator de Oscar Niemeyer) e o livro “Goiânia – Evolução do Plano Urbanístico Original”, de Narcisa Cordeiro. Também escreveu o livro “Goiânia – Embasamento do Plano Original, 1990”, que participou do dossiê de Paulo Bertran, para o reconhecimento de Goiânia como Patrimônio Art Déco. Realizou simpósios e palestras sobre Attílio Corrêa Lima, em âmbitos nacional e internacional, sempre evidenciando o plano original de Goiânia como símbolo ambiental. 
 
Tem expressivo currículo em urbanismo, planejamento e consultoria. É considerada patrona do Parque Ecológico de Goiânia, com empenho realizado para sua implantação com homenagem recebida pelo Governo de Goiás e busto em bronze no Casarão Cultural Jeremias Lunardelli, no município de Teresópolis, GO. Esse parque possibilitou a realização da barragem do ribeirão João Leite, cuja represa é responsável pelo abastecimento de 64% da capital. Graças ao avanço das obras do Sistema de Linhões, está suprindo também as demandas de Aparecida de Goiânia.
 
Realizou o plano urbanístico básico do setor Goiânia II, município de Goiânia, para uma população estimada de 100 mil habitantes, implantado nas margens da Avenida Perimetral Norte, região da estação de tratamento de esgoto de Goiânia. Esse loteamento possui teto máximo de áreas verdes seguindo as normas pertinentes na época. Na década de 1970 realizou, também, o projeto do setor Parque das Laranjeiras (de natureza social), escolhido pelo BNH como padrão para o país, com significativa área de dois bosques preservados. Ambos os parcelamentos do solo em Goiânia funcionaram como verdadeiros tampões para não proliferação de assentamentos no formato de favelas, evitando, consequentemente, problemas de saneamento indevidos. Considera-se que existe uma grande importância nos desdobramentos de outros conjuntos habitacionais de natureza social que se espelharam no traçado de ruas com eixos arteriais e vias secundárias do formato em alça com a proteção de pedestres.
 
Narcisa Abreu Cordeiro foi menção honrosa, juntamente com a arquiteta Jacira Rosa Pires, no IX Congresso Nacional de Arquitetos, contempladas entre nove projetos escolhidos entre 1.500 que foram apresentados. O projeto Espaço de Uso Múltiplo Feira e Esporte foi implantado em Goiânia na rua 115, Setor Sul, pela Cobal (embora com modificações nas coberturas). Posteriormente foi implantado por todo o país. O espaço conta com a instalação de sanitários de forma harmoniosa com o saneamento. Diversos projetos de parcelamento urbano passaram, a partir desse princípio, a acomodar áreas próprias para instalação de feiras livres / esporte.
 
Na sua luta constante pelo saneamento / meio ambiente, conserva uma verdadeira fazenda-parque, no município de Monte Alegre de Goiás, protegendo as nascentes a flora e a fauna. Em sua homenagem e de seu irmão tem uma espécie de bromélia (Encholirium josinoi-narcisae) registrada na Enciclopédia de Bromélias (Encyclopaedia of Bromeliads).
 
É a precursora no Brasil da origem dos caminhos com características de Santiago de Compostela, considerando a contemplação das paisagens numa valorização da natureza. Tem um roteiro estabelecendo o caminho místico ambiental do Brasil Central em nível internacional. Também é autora do projeto Caminho/Escola em implantação pela Internacional Eco-Academia da qual é sócia titular e seu pai patrono da cadeira 25. Todas essas versões de propostas encaminham para o reconhecimento da possibilidade ainda de Goiânia se caracterizar como uma cidade ecocivilizadora.
 
Na literatura tem trabalhado no projeto “Ruas e Pioneiros”, resgate histórico de famílias que implantaram a cidade de Goiânia com base em vários conhecimentos caracterizando uma Goiânia bem nascida, não só no urbanismo estritamente em suas definições do traçado, mas também no conteúdo de seus moradores.
 
Entre os 25 livros de autoria e coautoria de Narcisa Abreu Cordeiro, são citados “Goiânia Cidade Bem Nascida”, organizado por ela e a participação no livro “Goiânia: 90 anos”, com sua coautoria. O objetivo de enaltecer a história de uma Goiânia que nasceu como um símbolo ambiental, e que hoje ainda tem expressivas áreas verdes, nas proximidades de Brasília com suas embaixadas, ainda possa se estabelecer no território nacional com a chancela de sua historiografia, como uma cidade que tenha características de marco civilizador e ambiental de acordo com o desejo de seus urbanistas Attilio Correa Lima e Armando de Godoy.
 
Herbert
O jornalista goianiense Herbert Moraes começou a estudar Direito em Goiânia, mas entendendo que sua vocação era outra, mudou-se para São Paulo, onde cursou Jornalismo. Formado, trabalhou na Rede Bandeirantes por cinco anos, onde fez coberturas internacionais como enviado especial para as Olimpíadas de Sidney, na Austrália, em 2000; a guerra do Iraque em 2003; e documentários premiados, como “Drogas nos EUA”, em que percorreu durante um mês todo o território americano, de El Paso a Nova York, a convite do Departamento de Combate às Drogas do Governo americano. 

Refez todo o percurso do Rio Roosevelt, um afluente do Rio Amazonas que até o começo do século XX era chamado de Rio da Dúvida – descoberto pelo Marechal Rondon, só foi devidamente cartografado quando o ex-presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, montou uma expedição pela Amazônia, guiada pelo próprio Marechal Rondon, que descobriu o Rio e implantou linhas telegráficas por toda Amazônia e região Centro-Oeste. O militar era de origem indígena e também um explorador que questionava se o rio era ou não um afluente do Rio Amazonas. O mistério foi desvendado durante a primeira expedição com Roosevelt, que durou cinco meses, até que chegassem à foz do rio que, de fato, desaguava no rio Amazonas. Quando a expedição acabou, o então Rio da Dúvida foi rebatizado Rio Roosevelt. Herbert percorreu os passos do ex-presidente americano e do marechal numa nova expedição que durou quase dois meses. O doc também foi premiado. 
 
Em 2004 foi convidado para trabalhar na TV Record, onde cobriu o Tsunami de 2004 na Indonésia, que atingiu 19 países e matou mais de 300 mil pessoas; terremoto no Paquistão; a disputa entre a Índia e o Paquistão pela região da Cashemira; e um especial no Afeganistão, percorrendo todo o país, acompanhando de perto a ocupação do Exército americano no país do Talebã. Em 2006 foi convidado pela emissora a abrir o escritório do Oriente Médio em Israel, onde trabalhou como correspondente internacional por 17 anos e realizou a cobertura de nove guerras, além da Primavera Árabe. Herbert também cobriu nos fronts de guerras em Gaza, conflito entre Israel e Líbano, reportou a Primavera Árabe e a queda de Kadafi na Líbia. 

Com ampla experiência internacional (também fez reportagens em Londres, Paris, Croácia, Grécia, Espanha, Portugal, Rússia, Vietnam e outros países), Herbert Moraes retornou ao Brasil e trabalhou, até recentemente, como repórter especial da TV Record, em São Paulo. Há seis meses voltou para Goiânia com o desafio de implantar a TV do “Jornal Opção”, fundado por seu pai, o jornalista Herbert Moraes, que completa 50 anos em dezembro deste 2025.


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