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Eleno Mendonça
Eleno Mendonça

Jornalista, consultor de imagem e diretor da Eastside23 Comunicação Corporativa / elenomendonca@uol.com.br

Para entender a economia

Não é hora de pensar na economia

| 06.04.20 - 16:46

Se olharmos os indicadores econômicos, sob qualquer ângulo, é certo que todos estarão muito ruins até o final do ano. É possível também que os efeitos se arrastem por longo tempo, haja vista a greve dos caminhoneiros. Um amigo, esses dias, me disse, comparando: a greve dos caminhoneiros será como uma quermesse perto do coronavíruis. É uma triste constatação.
 
A piora dos dados econômicos faz parte da expectativa média dos analistas. Mas quando sabemos que os atuais esforços e sacrifícios podem representar a vida de milhares de pessoas, tudo isso se justifica plenamente. Eu sou sempre a favor da vida e ainda que fosse preciso mover mundos e fundos para salvar poucas pessoas tudo isso valeria a pena. Portanto, considero totalmente superada a discussão sobre o que é ou não melhor neste momento, o que é ou não prioridade agora. Não temos outro caminho.
 
Daqui alguns meses, teremos dados extremamente ruins para contabilizar. Os piores, relacionados à morte de pessoas, num volume ao qual ninguém pode se acostumar ou analisar como estatisticamente aceitável.
 
Mas não podemos esquecer que máquinas podem ser religadas. Quanto maior os cuidados agora, melhor para todos, pois podemos estabelecer condições de deixar a quarentena mais rapidamente. Se os estímulos criados foram suficientes para não haver demissões expressivas, para manter minimamente as coisas funcionando, poderemos fazer a economia girar de novo para a frente, mover a retomadas da atividade. É certo que a economia vai fechar o ano negativa, mas num nível embicado para voltar a crescer com maior vigor em 2021.
 
E o que é um ano não? Já fizemos tantos sacrifícios. Eu que sou da geração dos planos econômicos mirabolantes e que não deram certo até o Plano Real certamente já perdi, sob esse aspecto, bons anos. Na verdade, são privações, limitações, que ajudarão a forjar pessoas que irão valorizar ainda mais as coisas lá na frente. Temo apenas pelos desassistidos, aqueles que não têm eira nem beira, que perambulam pelas ruas ao relento, que não têm um teto. Nessa hora deve pesar a consciência dos homens públicos, que em tempos bem mais amenos perderam a chance de criar uma infra razoável.
 
Felizmente, para muitos, empresários de bom coração e boa parte da população tem olhado para essas pessoas com carinho e cuidado, feito doações, se empenhado em criar condições mínimas de atendimento. Torço, de todo modo, para que a incidência seja diferente no Brasil ou que criem logo um remédio salvador ou outra solução. Como estamos numa fase após todos os grandes países, quem sabe alguma solução não apareça rapidamente. O que não pode neste momento é perder a esperança.
 
De todo modo, fica para mim uma lição. Todo esse movimento em torno de hospitais poderia ter acontecido muito antes. Há quantos anos assistimos passivos a locais que não têm mão-de-obra e nem um rolo de esparadrapo para oferecer a um doente? Quando há a união de esforços, as coisas acontecem. Nisso deveriam pensar os governantes, sobretudo os futuros prefeitos que se elegem até o final deste ano, um ano que estará para sempre marcado em nossas mentes.

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